A UBC foi reeleita para mais um mandato de três anos no Conselho de Administração da Cisac - Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores. Ao lado de sociedades de países tão variados como Austrália, Japão, França, Espanha, Argentina, Estados Unidos e África do Sul, entre vários outros, nossa associação continuará entre os tomadores decisão de uma entidade que tem sido fundamental na defesa dos criadores em meio a tantos desafios, como a expansão da IA generativa e os ainda baixos pagamentos do streaming.
Quem abriu a sessão foi o diretor-executivo da UBC e agora ex-presidente do Conselho de Administração da Cisac, Marcelo Castello Branco. Ao longo de dois mandatos consecutivos, ou seis anos, ele esteve à frente do órgão, participando ativamente das discussões globais sobre os temas mais pertinentes para as indústrias culturais e criativas. Castello Branco se mantém no Conselho, que agora será presidido por Dean Ormston, diretor-executivo da sociedade australiana e neozelandesa APRA AMCOS.
“Nossa experiência nos mostrou que, enquanto a tecnologia pode evoluir, o papel dos criadores na sociedade e suas contribuições para a cultura e a economia permanecem firmes e essenciais. A única maneira de permanecer relevante é ser mais eficiente. Não vamos nos enganar; unir forças é a única maneira de garantir que protegemos isso, esta linha de vida da nossa missão aqui. E o lugar para fazer isso, não há dúvida, é na Cisac”, disse Castello Branco.
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A notícia completa, no site da UBC
O Spotify começou 2025 exatamente como terminou 2024: em curva ascendente. A maior plataforma de streaming de áudio do mundo fechou o primeiro trimestre com um total de 268 milhões de assinantes pagos (Premium), 5 milhões a mais que em dezembro do ano passado. A cifra, apresentada pela companhia sueca em abril, representa um crescimento de 12% na comparação anual, superando as próprias projeções internas.
Ao todo, o Spotify contabilizou 678 milhões de usuários ativos mensais (MAUs), somando tanto os pagantes quanto os que usam a versão gratuita com anúncios. Embora o número total de usuários com suporte por anúncios tenha caído ligeiramente para 423 milhões, a base total cresceu 10% em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com a companhia, o desempenho foi impulsionado por campanhas promocionais regionais bem-sucedidas e pela força do seu modelo “freemium”, que permite aos usuários alternarem entre planos pagos e gratuitos com flexibilidade. A América Latina e o chamado “Resto do Mundo” (África e Oriente Médio) tiveram papel-chave no crescimento, alcançando 23% e 14% da base de assinantes Premium, respectivamente. Já a Europa se manteve como a principal região, com 37% da base.
A Cisac (Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores) publicou em maio seu Relatório Anual 2025 com um forte recado: a revolução da Inteligência Artificial (IA) pode trazer prejuízos bilionários aos criadores de cultura se as legislações mundo afora não forem capazes de proteger seus direitos. No documento, a organização, que reúne mais de 200 entidades de gestão coletiva em 116 países, elenca uma série de ações que tomou no último ano para influenciar na elaboração de leis de IA, além de trazer os avanços tecnológicos implementados para beneficiar a gestão coletiva de direitos autorais.
O relatório relembra o Estudo Sobre o Impacto Econômico da IA na Música e no Audiovisual, realizado para a Cisac pela consultoria PMP Strategy, e sobre o qual falamos no site da UBC. Com uso de farta documentação e muitos números, o trabalho prevê um salto no mercado de conteúdos gerados por IA: de € 4 bilhões em 2023 para € 64 bilhões (soma de música e audiovisual) em 2028. No entanto, os ganhos ficarão concentrados nas empresas de tecnologia, enquanto os criadores correm o risco de perder até 24% de sua renda no setor musical e 21% no audiovisual.
A Cisac defende três princípios básicos: que o uso de obras protegidas pela IA exija autorização dos autores, que haja total transparência nos dados usados para treinar algoritmos e que os criadores sejam remunerados de forma justa. A organização tem atuado junto a governos e entidades reguladoras em países como Reino Unido, Brasil, França, Chile, Austrália e na União Europeia.
A comunidade criativa internacional está em alerta diante do que considera uma ameaça crescente à integridade da Lei de Inteligência Artificial da União Europeia. A preocupação do setor é que o processo de implementação da legislação — que inicialmente foi celebrado como um marco histórico — esteja tomando uma direção que possa esvaziar as proteções aos direitos autorais. Em maio, uma delegação da Cisac (Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores) se reuniu em Bruxelas com Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu, e outros eurodeputados para tratar do tema. Os criadores creem que a regulamentação tende a validar a posição das big techs que desenvolvem a tecnologia sem pagar nada nem pedir autorização aos donos das obras usadas para treinar os sistemas. Björn Ulvaeus, presidente da Cisac (na foto), e Marcelo Castello Branco, então ainda presidente do Conselho de Administração da entidade e também diretor-executivo da UBC, participaram dos encontros.
Especificamente, os representantes dos autores criticam os rascunhos do Código de Boas Práticas e do Modelo de Transparência, que devem orientar a aplicação concreta da lei. Segundo fontes do setor criativo, essas diretrizes correm o risco de tornar facultativas obrigações que deveriam ser obrigatórias, como a divulgação de obras utilizadas no treinamento de IA e o respeito ao licenciamento de conteúdos protegidos.